setembro 06, 2012

Ergonomia X Taylorismo

A Ergonomia é a ciência do conforto e é através dela que procuramos assegurar uma boa adaptabilidade entre o homem e seu trabalho, seus equipamentos, seu ambiente físico, suas ferramentas e outros fatores que cercam seu sistema de trabalho. Surgiu em função da necessidade do ser humano aplicar menos esforço físico e mental, nas atividades diárias. A ergonomia preza a integração do trabalhador ao seu local de trabalho com conforto, segurança e a máxima eficiência sem que haja sobrecarga e prejuízos à sua saúde.

O enfoque ergonômico tradicional é baseado no princípio da redução das exigências biomecânicas no intuito de minimizar a fadiga física, ou seja, leva em consideração os limites e capacidades do indivíduo do ponto de vista da biomecânica ocupacional e as características antropométricas dos usuários/ operadores. No enfoque ergonômico tradicional o posto de trabalho é considerado um prolongamento do corpo humano, visto que este trata apenas dos fatores físicos do posto de trabalho. O enfoque ergonômico tradicional é aplicado na concepção e/ou adaptação de postos de trabalhos tradicionais.
O enfoque ergonômico global segue os mesmos princípios do enfoque ergonômico tradicional, abrangendo ainda os aspectos psicológicos e cognitivos do indivíduo, bem como, os sistemas de produção (incluindo os hardwares e softwares). No enfoque ergonômico global, o posto de trabalho é considerado um prolongamento do corpo e da mente humana, pois trata além dos fatores físicos do posto de trabalho, os aspectos cognitivos ( na interface homem x máquina e processo de produção ), bem como, as relações pessoais e motivacionais no ambiente de trabalho. O enfoque ergonômico global é aplicado na concepção e / ou adaptação de postos de trabalho e/ou ambientes de trabalho informatizados e automatizados em ambientes industriais e administrativos.
O Taylorismo, ao contrário, não leva em consideração as características físicas e psicológicas dos usuários / operadores, muito menos, as necessidades individuais dos mesmos. O Taylorismo, que também ficou conhecido como Teoria da Gestão Científica ou Organização Científica do Trabalho, tinha como grande objetivo aumentar a produtividade através de um sistema  da aplicação de métodos científicos, colocando a ênfase no uso da ciência e na criação da harmonia de grupo. A aplicação da ciência à gestão teve como instrumento básico o estudo exaustivo dos tempos e movimentos que permitiu a racionalização dos métodos de trabalho e a fixação dos tempos-padrão para a execução das tarefas. Esses são alguns dos princípios do Taylorismo:

- Cada tarefa deve ser decomposta em operações elementares, as quais devem ser posteriormente redefinidas, alteradas ou suprimidas para que o trabalho seja executado no menor tempo possível - é este o princípio básico da Organização Científica do Trabalho.

- Para cada tipo de tarefa, cada operário deve ser corretamente selecionado e treinado de forma que o seu trabalho seja executado à “melhor cadência possível”.

- O salário deve ser calculado com base num sistema de tarifas diferenciadas e conforme o desempenho obtido; deve crescer até à “cadência ótima”, decrescendo a partir daí por forma a evitar a ocorrência de quebras na qualidade.

-Os supervisores e seus subordinados devem atuar na mais perfeita coordenação para  o benefício de todos.

- Cada operário e cada gestor da organização deve ser colocado na tarefa na qual obtém melhores resultados.

O Taylorismo através da super-fragmentação do trabalho e monotonia, cronometragem do tempo de execução das tarefas, bônus por produtividade, punição por metas não alcançadas, adequação do ritmo de trabalho ao ritmo ditado pelas máquinas, vai de encontro à ergonomia no que concerne ao bem estar do funcionário, causando tédio, problemas motores e psicológicos, fazendo com que o funcionário trabalhe com execução de movimentos repetitivos, ritmo acelerado, sem pausa e em desconformidade com o seu próprio ritmo  e adaptação do homem à máquina.

A insatisfação do funcionário ao trabalhar segundo o Taylorismo ocorre porque a satisfação depende não somente do método de trabalho e do incentivo salarial, mas também de um conjunto de condições que garantam o bem-estar físico do trabalhador e diminuam a fadiga.  O modelo criado por Taylor é o que podemos descrever na frase: “Tempo é dinheiro”. É um modelo puramente capitalista, visando somente o aumento da produtividade e dos lucros sem que se pense na saúde e no bem estar do trabalhador.

Hoje o Taylorismo está desacreditado, apesar de ter contribuído para o crescimento industrial, por tratar o homem como máquina e em certos momentos de forma inferior às máquinas, provocar problemas físicos e psicológicos nos trabalhadores e por deixar de aproveitar o que o trabalhador tem a oferecer no que diz respeito à participação do mesmo na melhoria do seu posto de trabalho e na melhor forma de execução para ele.

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