A Imobilização é bastante utilizada para tratar doenças dos tecidos moles e ósseo. Consiste em retirar a mobilidade de um determinado segmento corporal a fim de reduzir os estímulos agressores ou mesmo manter o alinhamento de uma estrutura para possibilitar que o tecido obtenha reparação o mais próximo possível do fisiológico.
Efeitos da Imobilização
Tecido Muscular:
Com a diminuição da atividade muscular também ocorre perda de sua massa, sobretudo nas primeiras 72 horas de imobilização, que torna-se mais lenta à medida que a imobilização se prolonga. Ocorre também degradação das fibras musculares de contração lenta, pois haverá redução significativa do consumo máximo de oxigênio e de outras substâncias importantes para que haja contração muscular. Com isso as mitocôndrias tendem a reduzir sua atividade.
A imobilização prolongada, em suma, provoca os seguintes efeitos indesejáveis no músculo:
- Diminuição do tamanho das fibras musculares;
- Diminuição no tamanho e no número de mitocôndrias;
- Diminuição da massa muscular;
- Diminuição da síntese protéica;
- Aumento no tempo de resposta para contração muscular;
- Aumento na concentração de lactato com a atividade física.
Tecido Conjuntivo Periarticular
A falta de movimento articular ocasiona perda de líquido e também de outras substâncias essenciais para o tecido conjuntivo periarticular, (ligamentos, tendões, membrana sinovial, fáscia muscular e cápsula articular), podendo provocar uma artrofibrose.
A imobilização prolongada, em suma, pode provocar no tecido periarticular:
- Redução do conteúdo hídrico e de substâncias necessárias para formação do colágeno, provocando redução da matriz extracelular;
- Aumento do ritmo de renovação, degradação e síntese do colágeno.
- Aumento nas ligações de fibras colágenas anormais.
Cartilagem Articular
A cartilagem articular é avascular, aneural e depende do líquido sinovial para realizar a sua nutrição, que ocorre por osmose e depende da pressão hidrostática que existe na articulação para que haja nutrição. A cartilagem é extremamente agredida durante a imobilização, sendo que processos degenerativos podem ser encontrado após curto período de imobilização.
A imobilização prolongada provocará na cartilagem articular:
- Amolecimento;
- Redução de sua espessura;
- Aderência do tecido conjuntivo fibroadiposo à superfície cartilaginosa;
- necrose por pressão dos pondos de contato entre duas cartilagens;
- Morte dos condrócitos.
Tecido Ósseo
Para ativar a sintetização da matriz óssea, é necessário que haja tensão sobre o osso, provocada pela força gerada durante a contração muscular, e ocorre à partir da segunda semana de imobilização. A perda óssea ocorre devido a diminuição na sustentação do peso e na contração muscular, uma vez que a diminuição na carga sobre o tecido óssea favorece a ativação de células osteoclásticas e a diminuição da ativação das células osteoblásticas.
A imobilização deve ser mantida pelo menor tempo possível para se tratar uma lesão.
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