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setembro 13, 2012

Mochila Escolar: Os Riscos para Saúde

É muito grande o número de crianças e adolescentes com queixa de dor na coluna (em qualquer altura). Em grande parte, essas dores são ocasionadas por inadequação no uso da mochila, seja por excesso de peso, forma de uso incorreta ou mesmo modelo incorreto. Ao longo de vários anos na escola, esse problema torna-se crônico, muitas vezes persistindo na vida adulta. Com a estrutura óssea em formação, podem  ocorrer lesões irreversíveis. A utilização da mochila de forma inadequada pode provocar escoliose (curvatura lateral na coluna), tensão muscular e dor e protrusão dos ombros.
Como utilizar a mochila de forma adequada:

O peso da mochila não deve exceder 10% do peso da criança ou adolescente. Observem que não é permitido que se leve 10% do peso dentro da mochila, ma vez que a mochila tem o seu peso. A mochila deve ser posicionada nas costas, próxima ao corpo, com as duas alças passadas nos braços, mais ou menos na altura da cintura. Sua utilização com a alça mais baixa (os adolescentes gostam de utilizar as mochilas bem baixas), faz com que a mochila fique mais afastada do corpo pendendo o peso para trás, o que faz com que haja contração da musculatura continuamente para alinhar o corpo provocando fadiga muscular. 

O ideal é que a mochila tenha alças largas e acolchoadas e cinto abdominal, pra distribuir melhor o peso. Deve-se colocar o conteúdo mais pesado próximo das costas, evitando que ele realize força para trás. Carregar a mochila pendurada em um só ombro, bem como mochilas estilo bolsa lateral, não é recomendável.

O ideal é que sejam utilizados cadernos de matérias individuais, que permitem que o aluno carregue somente o material do dia, evitando peso extra. (Mesmo quando é possível colocar todas as matéria em um único caderno, algumas matérias terminam primeiro, forçando os alunos a carregar peso desnecessário quando precisarem acrescentar mais cadernos, tendo que carregar o peso de cadernos não utilizados). 

A Mochila de Rodinhas
Muitas mães compram esse tipo de mochila para seus filhos pensando estar protegendo suas colunas. Mas não é bem assim. Para puxar a mochila de rodinhas o aluno precisa fazer força nos ombros, braços e também na coluna. O desequilíbrio biomecânico provocado pela mochila de rodinhas também é grande, uma vez que os aluno utilizam somente o lado dominante para puxá-las, provocando desequilíbrio de força muscular, ficando o lado utilizado para puxar a mochila mais forte, causando alterações posturais. Isso sem contar no risco de lesão quando as crianças resolvem correr puxando este tipo de material. Subir escadas também é um grande incômodo para quem utiliza esse tipo de mochila, além de geralmente serem mais pesadas do que as convencionais e de ser carregado mais peso nesse tipo de mochila.  
Se esse foi o modelo de mochila escolhido, o ideal é que a mochila seja empurrada, e não puxada, ou no mínimo que sejam alternados os lados para carregar a mochila (cada dia carregar a mochila de um lado).



A dor nas costas não aparece de uma hora para outra, não apresentando causa única. É importante adequar a mochila, assim como a postura durante as aulas (aqui no blog já foi postado um artigo ensinando como se sentar de forma correta: http://www.fisioterapiasemmisterios.blogspot.com.br/2012/09/postura-sentada-grande-vila.html), sem esquecer da prática de atividades físicas, que é sempre importante!


setembro 11, 2012

Como Prevenir a Dor nas Costas

O termo dor nas costas refere-se a dor na região cervical, torácica e lombar, que não estão relacionadas à infecções, tumores, fraturas ou alguma doença sistêmica. A maior causa de dor nas costas são posturas incorretas e movimentos inadequados. Na maioria dos casos, nunca se chega a um diagnóstico preciso, tendo vários fatores de risco associados, como má postura, biomecânica anormal, microtraumas, esforço repetitivo, condicionamento físico ruim... A dor nas costas pode ter origem ligamentar, discal, óssea, muscular ou neural.



Prevenção: 
A coluna vertebral pode armazenar traumas ao longo do tempo e geralmente quando os sintomas aparecem a coluna pode estar com um grau considerável de alteração. Se você já sente dor nas costas, deve tomar algumas medidas para proteger a sua coluna, e se você não tem dor nas costas, deve preveni-la. Pessoas que precisam ficar muito tempo de pé ou sentadas tem grande probabilidade de adquirir dor nas costas.

Como Sentar:
A posição sentada é a mais adotada para trabalho e lazer. Até durante as refeições estamos sentados e nessa posição provocamos uma sobrecarga na coluna. Considerando que todos nós passamos um período considerável sentados, temos grande potencial para desenvolver dor nas costas, sendo assim, devemos preveni-la de tantas formas quanto possível.
Primeiramente devemos nos sentar bem, em uma cadeira adequada ao nosso biotipo. Isso mesmo! Para cada pessoa existe uma dimensão de cadeira adequada. Ao sentar, devemos ter os dois pés apoiados no chão, ou quando não é possível colocar um apoio para os pés. A cadeira deve ter apoio para os antebraços, e a região posterior do joelho deve permanecer libre, sem contato direto com o assento, e o joelho e a coxa formando um ângulo de 90º. As bordas anteriores do assento devem ser arredondadas. Para situação de trabalho, as costas devem estar sempre apoiadas, com apoio levemente inclinado para trás, e se necessário utilizar apoio lombar para manter a curvatura natural da coluna. O assento deve ser firme para que a pessoa não afunde nele. Ao levantar-se inclinar o corpo para frente sem tensionar os músculos do pescoço e costas, e estender os joelhos enquanto leva o tronco para frente e para cima até chegar na posição em pé.


No escritório fique sempre atento. Evite locomover-se com cadeira de rodinhas se torcendo para pegar objetos. Prefira levantar-se e andar usando bons padrões de movimentos para abaixar e apanhar objetos altos. Ao atender o telefone, não o segure com o ombro; pare o que está fazendo enquanto fala ao telefone. Mantenha a mesa organizada, com os objetos mais usados ao seu alcance. Para quem usa computador, muito cuidado para não adquirir posturas inadequadas. Aqui valem as mesmas regras para se sentar, mas quem trabalha na frente do computador, deve utilizar apoio para os punhos, que reduzem o trabalho da musculatura dos ombros e antebraços. Abaixo estão as distâncias e postura adequada para quem trabalha com computador:


Ao Dormir:
Boa parte da nossa vida passamos dormindo, de forma que devemos dar atenção especial ao colchão, travesseiro e posição que dormimos.  O colchão deve ser duro o suficiente para aguentar o peso do corpo e não comprimir as saliências ósseas. Os colchões devem ser escolhidos de acordo com o peso da pessoa. Para cada peso existe uma densidade adequada. 




O travesseiro deve ter uma altura suficiente para manter a coluna cervical apoiada com a coluna torácica, variando de altura para a mesma pessoa de acordo com a posição na qual dorme. 
Podemos dormir de lado, com travesseiro na altura recomendada, e um travesseiro entre os joelhos, mas é importante ressaltar que não se deve jogar a perna de cima para frente do corpo, realizando rotação do tronco.
A posição fetal também não é boa, pois provoca hiperflexão da coluna e aumenta a tensão nos discos intervertebrais.

Dormir com um braço embaixo do travesseiro também é inadequado e pode comprometer a circulação também comprimir os nervos que vão para os braços.

Podemos adotar a postura de barriga para cima para dormir, desde que seja colocado um travesseiro ou rolo embaixo dos joelhos e seja usado um travesseiro que respeite a curvatura fisiológica da coluna. Os braços podem ficar ao longo do corpo ao em cima do abdômen, nunca acima da cabeça.

Dormir de barriga para cima com travesseiro muito alto ou sem travesseiro é prejudicial para a coluna.

DORMIR DE BARRIGA PARA BAIXO É SEMPRE PREJUDICIAL PARA A COLUNA.

Levantar-se é tão importante quanto deitar. Levante devagar girando o corpo para o lado e leve as pernas para fora da cama, sentando-se primeiro. 
Levantando Peso:
Sempre dobrar os joelhos quando for retirar um peso do chão. Trazer o peso para próximo do corpo e erguer-se para cima.

Durante Atividades Diárias:

Mochilas devem ser colocadas com as alças nos dois braços, nunca de um lado só. As sacolas devem ter o peso dividido dos dois lados.

Se precisa ficar muito tempo agachado, flexione o joelho ou utilize um banquinho para sentar.

Durante as atividades domésticas procure sempre manter a boa postura, adequando a altura do mobiliário, como a tábua de passar, alongando os cabos das vassouras e rodos para evitar dobrar a coluna e sempre dobrar os joelhos quando precisar abaixar. Evite ao máximo dobrar a coluna.  Também não realize movimentos de torção com a coluna. E sempre use um banquinho quando precisar colocar ou retirar algum objeto de um local alto.


Mas se já estiver sentindo dor, um FISIOTERAPEUTA poderá auxiliá-lo, oferecendo tratamento adequado e orientando-o com os exercícios mais adequados para o seu caso.


CUIDE-SE!!!








Alterações Fisiológicas Provocadas pela Imobilização- Efeitos Indesejáveis

A Imobilização é bastante utilizada para tratar doenças dos tecidos moles e ósseo. Consiste em retirar a mobilidade de um determinado segmento corporal a fim de reduzir os estímulos agressores ou mesmo manter o alinhamento de uma estrutura para possibilitar que o tecido obtenha reparação o mais próximo possível do fisiológico.


Efeitos da Imobilização

Tecido Muscular:
Com a diminuição da atividade muscular também ocorre perda de sua massa, sobretudo nas primeiras 72 horas de imobilização, que torna-se mais lenta à medida que a imobilização se prolonga. Ocorre também degradação das fibras musculares de contração lenta, pois haverá redução significativa do consumo máximo de oxigênio e de outras substâncias importantes para que haja contração muscular. Com isso as mitocôndrias tendem a reduzir sua atividade.

A imobilização prolongada, em suma, provoca os seguintes efeitos indesejáveis no músculo: 
  • Diminuição do tamanho das fibras musculares;
  • Diminuição no tamanho e no número de mitocôndrias;
  • Diminuição da massa muscular;
  • Diminuição da síntese protéica;
  • Aumento no tempo de resposta para contração muscular;
  • Aumento na concentração de lactato com a atividade física.
Tecido Conjuntivo Periarticular
A falta de movimento articular ocasiona perda de líquido e também de outras substâncias essenciais para o tecido conjuntivo periarticular, (ligamentos, tendões, membrana sinovial, fáscia muscular e cápsula articular), podendo provocar uma artrofibrose.
A imobilização prolongada, em suma, pode provocar no tecido periarticular:

  • Redução do conteúdo hídrico e de substâncias necessárias para formação do colágeno, provocando redução da matriz extracelular;
  • Aumento do ritmo de renovação, degradação e síntese do colágeno.
  • Aumento nas ligações de fibras colágenas anormais.
Cartilagem Articular
A cartilagem articular é avascular, aneural e depende do líquido sinovial para realizar a sua nutrição, que ocorre por osmose e depende da pressão hidrostática que existe na articulação para que haja nutrição. A cartilagem é extremamente agredida durante a imobilização, sendo que processos degenerativos podem ser encontrado após curto período de imobilização.
A imobilização prolongada provocará na cartilagem articular:
  • Amolecimento;
  • Redução de sua espessura;
  • Aderência do tecido conjuntivo fibroadiposo à superfície cartilaginosa;
  • necrose por pressão dos pondos de contato entre duas cartilagens;
  • Morte dos condrócitos.
Tecido Ósseo
Para ativar a sintetização da matriz óssea, é necessário que haja tensão sobre o osso, provocada pela força gerada durante a contração muscular, e ocorre à partir da segunda semana de imobilização. A perda óssea ocorre devido a diminuição na sustentação do peso e na contração muscular, uma vez que a diminuição na carga sobre o tecido óssea favorece a ativação de células osteoclásticas e a diminuição da ativação das células osteoblásticas.

A imobilização deve ser mantida pelo menor tempo possível para se tratar uma lesão.