outubro 20, 2012

A Medula Espinhal e A Lesão Medular

Para entendermos o que é lesão medular, antes conceituaremos a Medula Espinhal.

A Medula Espinhal


A medula espinhal faz parte do Sistema Nervoso Central (SNC), e localiza-se dentro do canal medular, situado no interior das vértebras, sem, entretanto, ocupá-lo completamente. A Medula Espinhal inicia-se na base do crânio e e prolonga-se inferiormente até o nível da 2ª vértebra lombar (L2), e termina afinando-se para formar o cone medular, que continua com o filamento terminal.
Imagem do Site Semiologia Ortopédica
Da parte lateral da medula saem duas raízes (uma sensitiva e outra motora), que unem-se para formar os nervos espinhais. Considera-se segmento medular de um determinado nervo, a parte da medula onde se faz conexão com os filamentos radiculares que entram na composição deste nervo, uma vez que não existe nenhuma estrutura que separe um segmento do outro. Existem 31 pares de nervos espinhais aos quais correspondem 31 segmentos medulares, desta forma distribuídos: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. Apesar de existirem apenas 7 vértebras cervicais encontramos 8 pares de ervos cervicais. Isso ocorre porque o primeiro par cervical emerge acima da 1ª vértebra e o 8° par emerge entre as vértebras C7 e T1. Sendo assim, os nervos cervicais emergem acima da vértebra que o nomeia e a partir de T1 emergem abaixo da vértebra que o nomeia. 

 acreditasse que a medula espinhal fosse um transmissor passivo de informações, atualmente sabemos que nela também ocorre processamento de informações utilizando circuitos neuronais locais. A Medula Espinhal possui autonomia para controlar respostas simples à estímulos específicos, como reflexo de estramento, reflexo tendinoso e reflexo de retirada (estimulado pelo receptor de dor).

A Lesão Medular

É a lesão ocorrida na medula, em qualquer altura e por qualquer causa. é geralmente provocada por um movimento vertebral proveniente de fratura ou ruptura ligamentar, que são as chamadas lesões traumáticas, ou por doenças causadas por vírus ou tumores, que são as chamadas lesões não traumáticas. Qualquer lesão medular pode afetar a capacidade motora e sensitiva, inclusive comprometendo o funcionamento de órgãos internos. Quando ocorre uma lesão medular, partes do corpo situadas abaixo do nível da lesão poderão ficar comprometidas. É importante ressaltar que a localização e a forma da lesão vai determinar a sua consequência.

Imagem do site: Blog do Humberto

As lesões medulares podem ser completas, quando não existe movimento voluntário ou sensibilidade abaixo do nível da lesão ou incompletas, quando ainda há algum movimento voluntário ou sensibilidade abaixo do nível da lesão, ou quando algum movimento ou sensibilidade vai retornando aos poucos. No geral não se pode fazer prognóstico algum da recuperação após o trauma medular e só o tempo pode definir com certeza o modo como a medula foi afetada.

A fase de choque medular diz respeito àquela fase imediatamente após a lesão, estendendo-se por semanas ou meses, na qual estão ausentes todos os reflexos abaixo do nível da lesão, e por vezes, até alguns imediatamente acima do nível da lesão devido ao edema provocado na região. O retorno dos reflexos abaixo do nível da lesão marcam o fim da fase de choque medular. Neste momento o médico poderá avaliar se a lesão apresenta-se com características de lesão completa ou incompleta.  Mesmo em caso de lesão incompleta, não se pode determinar se o paciente voltará a apresentar sensibilidade ou movimentos, e mesmo que estes retornem, não se pode dizer a princípio o quanto os mesmos serão funcionais.

A reabilitação de um lesado medular deverá ter início imediatamente, sendo que o paciente deverá ser orientado a trabalhar o que encontra-se preservado. Caso ocorra recuperação de alguma função, novas metas de tratamento deverão ser traçadas, de maneira que o paciente sinta-se sempre estimulado para prosseguir.

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